Me levanto devagar: minha alma pendida, a cruz torta ali no canto. [a rezar] Me responda, Senhor: para que servem minhas mãos, além de cuidar deste pântano? Eu me aproximei de Você como se pudesse substituir meu coração. Eu te entreguei meus pensamentos como se tudo, antes, tivesse sido em vão. Em Teu santo nome, submeti o meu — incompleto. Seu domínio vai além do que eu acredito. Engraçado ter aprendido Seu nome. HA, HA, HA. Engraçado não ter sentido Seu toque. HA, HA, HA. Engraçado ainda ouvir Sua voz tão distante. HA, HA, HA. Olha, Tua dolorosa paixão não me dói mais do que a Minha. A coroa de espinhos que uso, me corta a memória de dores antigas. O quê? O que Você disse? Você vai me abençoar depois que não restar nada de mim além destes detritos? Você quer que eu junte as sílabas da Tua von-ta-de para quando a hora do perdão chegar? Você quer saber mais de mim do que Eu mesma? Não, Senhor! Sozinha construo minha cruz — altíssima. Chega! Quero maçãs de sobremesa. Sobre meu corpo, Minha cabeça! Não há mais dúvidas indo na sua direção. Con-de-na-ção.
OBSERVAÇÃO: segunda parte da poesia A não filha (antes intitulada de A mulher que não ri).
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Até a próxima edição!
cada um sabe o peso da própria cruz…