Dar a ré, um coice e um grito.
Eu tenho um marca-páginas que veio de Portugal, uma latinha de chá que veio do Marrocos, tomo café numa xícara que veio do Maranhão e uso roupas que vieram da China. Eu nunca saí do Ceará.
Abrir a porta da geladeira e sair na friagem da noite.
Não dar meu DNA, a outra face e palavras que matam.
Eu não consigo me olhar por muito tempo no espelho. Quero gostar do que não vejo.
Dar um convite, um limite e um copo de água.
Lábios, braços e coração atrofiados pelo desuso.
Agonizar com a congestão nasal pelo medo de lavar o nariz. Agonizar com uma decisão pelo medo de lavar os pensamentos.
Filmes com tubarões, jacarés, aranhas, anacondas e vermes malditos salvam um sábado à noite ou uma tarde de domingo.
Não dar ultraprocessados, um segredo e meus livros favoritos.
Uma qualidade: ser uma pessoa constante. Um defeito: ser uma pessoa constante.
Ter crescido em meio aos pintinhos, maxixe, retalhos e um teto com risco de desabamento.
Estou escrevendo um romance fraturado?
No universo da minha alma, sou intergaláctica; nas dependências do meu corpo, sou permanente.
Dar uma poesia, a hora de ir embora e um sopro na queimadura.
◖Indicações de livros, matérias, entretenimento, newsletters ou outras coisas
duas newsletters, um artigo
◖Um justo, a literatura, um rímel - por Noemi Jaffe;
◖Todas as vezes que o forró melhorou um hit da gringa - por Cajueira;
◖Um artigo sobre o “romance proletário” e a obra de Rachel de Queiroz - por Luís Gonçales Bueno de Camargo.
◖Na edição anterior de A adulta
uma poesia
◖Você também me encontra aqui:
Até a próxima!
Que lindo seus fragmentos Anne!
Lavar o nariz é ruim no começo, mas vale a tentativa kkk