Fortaleza, essa doçura do Ceará.
Talvez seja mais fácil fazer de outras cidades lugares maravilhosos e encantados, mas em um relacionamento com a cidade que habitamos tão nossa, manter um pertencimento exige desejo, exige uma loucura.
Pertencer a uma cidade é um caso de amor tórrido.
Reivindicar Fortaleza enquanto escrevo meus textos foi o que me fez amá-la.
Foi a escrita que me fez fortalezense.
Hoje, sou do Ceará tanto quanto foi José de Alencar, Rachel de Queiroz, Oliveira Paiva, Juvenal Galeno, Emília de Freitas, Alba Valdez, Patativa do Assaré e Francisca Clotilde. E tantas e tantos que ainda levam nossa escrita para o meio literário: Stênio Gardel, Natércia Pontes, Socorro Acioli, Vanessa Passos, Adriano Espínola, Adriano Espíndola Santos, Paulo Henrique Passos, Larissa Lins, Lorena Portela, Jarid Arraes, Dia Nobre, e tanto e imensos. Alguns são fortalezenses, alguns são cearenses, primos literários de outras cidades. É graças a todos que escrevo. Que me digo esse absurdo de escritora.
Nunca saí do Ceará. Nunca fui ser cearense em outro lugar. Eu aqui, cravada como prego enferrujado pela maresia. Mas quem sabe um dia eu possa também dizer: Meu corpo, minha embalagem, tudo gasto na viagem, assim como o Pessoal do Ceará.
Uma ficção.
Eu sou uma bebê de Fortaleza, a Fortaleza que espero, porque para habitá-la também é preciso um pouco de imaginação. Ela, que por tanto tempo ficou enclausurada no não progresso como uma menina proibida de sair de casa. Mas Fortaleza está debutando. É a quarta maior cidade do país. A primeira do Nordeste.
Eu e a cidade de Fortaleza nos misturamos: passado e presente, perdão e vingança, desejo e pertencimento, sensualidade e magia.
Amor e reparação.
◖Na edição anterior de A adulta
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Até a próxima!
adorei esse trecho: "Reivindicar Fortaleza enquanto escrevo meus textos foi o que me fez amá-la." 🤍
nada como amar/odiar a nossa cidade, seja ela qual for.: esculhambar, mas defendê-la até a morte.