Terminei de escrever dois livros de poesia
Preciso de um batismo ou de um exorcismo com soda cáustica benta
Há um horror nos sentimentos. Uma possessão assombrosa no sentir e escrever.
Terminei — esses dias — de escrever a segunda e primeira versão de dois livros de poesia, respectivamente. Palavras acumuladas. Sujas. Mentirosas. Absurdas. Violentas. Desesperadas. Venenosas. Profanas. Assassinas.
Palavras-pulsos. Cortados.
A imagem acima poderia facilmente traduzir ambos. Me serve agora como sinopse visual provisória.
No primeiro livro, tento elaborar em versos a violência que pode haver em existir, em ser criatura, em ser mero acaso, angustias e tornados. Bombas atômicas! O medo da vida e da morte, a incompletude e a busca por algo: por mim, por outra coisa.
No segundo livro, a violência que pode haver nos amores românticos, amores-pântano, amores-decadentes, amores-tanto. Ao pior estilo sad girl and bad guy.
Estou cheia de dúvidas e receios, os quais espero amenizar em uma futura leitura crítica. Em conversas extenuantes com a psicóloga.
Em ambos, o título está decidido, e se duvido muito da qualidade poética, tenho certeza que acertei ao menos nisso.
Obs: Enquanto penso e repenso meus livros de poesia, também escrevo meu romance juvenil, esse mais nutrido e bem tratado. O lado mais cintilante da minha criatividade.
Meu processo poético: estou em um longo caminho de pensá-lo, desmontá-lo, cometo um homicídio culposo, o batizo e o exorcizo com soda cáustica benta, o devoro como se fosse arame farpado delicioso.
No primeiro, quero apostá-lo ainda neste ano para um editora, um concurso. Pensamentos delirantes. No segundo, sei lá quando. Por enquanto, ele existirá só para mim. Me corroendo, fazendo infiltrações no telhado cerebral.
No primeiro, preciso de um batismo. Quero ser desmaculada.
No segundo, preciso de um exorcismo. Quero continuar possessa.
Quero falar mais. Quero calar muito.
Quero me desfazer de ambos. Neste momento, ânsia de vomito!
Ambos me pesam toneladas de pensar!
Aniquilação existencial e sentimental.
Why? Who? Me? Why?
Escrever um livro é um parto desumanizado.
◖Indicações de livros, matérias, entretenimento, newsletters ou outras coisas
duas newsletters, um filme
◖A Isabela Thomé, do Eu destruirei vocês, fala um pouco sobre a loiríssima Sabrina Carpenter , que eu ainda não busquei ouvir pois tenho medo dela despertar meu desejo adolescente de ficar loira… Quem viver, verá!
◖A newsletter Praça Clóvis trouxe um texto incrível sobre o romance contemporâneo e capas de livros dos anos 90.
◖Assisti o filme Uma história de amor sueca (1970). A trilha sonora, a interpretação do primeiro amor e suas urgências, um monte de mininu e pivetas fumando cigarros a cada trinta segundos, flertes tímidos, passeios de lambreta, famílias loucas. Está disponível no MUBI.
◖Na edição anterior de Tempo Estranho
falei um pouco sobre o Manifesto Siriará, que fez parte do movimento literário cearense no fim da década de 70
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Até a próxima!
Entendo bem! Haha
há palavras que saem em jorro mesmo. e precisam sair para desintoxicar a mente.